Câmara de Salvador debate Lei Maria da Penha

As mulheres de Salvador tiveram mais uma oportunidade de debater a violência doméstica na audiência pública realizada na última sexta-feira (26), na Câmara Municipal. Organizada pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, a sessão reuniu a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, a senadora eleita, Lídice da Mata, e diversas lideranças femininas para discutir a situação do agressor na perspectiva da Lei Maria da Penha.

No encontro, a presidente da Comissão de Mulheres, Tia Eron (DEM), propôs ainda contribuições técnicas, numa perspectiva multidisciplinar, envolvendo universidades, conselhos federais e estaduais, além dos diversos conselhos profissionais, no sentido de se criar um panorama detalhado do agressor. De acordo com a parlamentar, a impunidade e o não tratamento do agressor são dois indicadores que potencializaram o aumento desenfreado da violência doméstica no país.

Solenidade de abertura



Para a vereadora Aladilce Souza (PCdoB) é importante debater o tema, porque este é um dos avanços produzidos pela nova legislação. “A Lei Maria da Penha contempla não apenas o viés da punição do agressor, mas também a possibilidade de reeducação deste homem, para que ele possa voltar a viver em paz com sua família. E este é um aspecto que vem sendo debatido em todo o país. A ideia é diminuir a violência doméstica, principalmente pela conscientização do homem de que a mulher merece ser tratada com respeito e sem agressões de qualquer tipo”, afirmou.



A vereadora ressaltou ainda que a eleição da presidente Dilma Rousseff gerou uma grande expectativa de que avancem ainda mais as políticas de combate à violência e à desigualdade de gênero.



Rede de enfrentamento



Em sua fala, a ministra da SPM, Nilcéa Freire, lembrou que os avanços da Lei Maria da Penha podem ser observados na consolidação de uma rede de enfrentamento à violência. Também destacou a união de todas as esferas de governos e poderes, notadamente a questão do orçamento a ser disponibilizado, e frisou que “a violência contra a mulher é um fenômeno complexo que requer múltiplas estratégias de combate”.



Já a senadora eleita Lídice da Mata destacou a atuação das vereadoras de Salvador na luta em defesa dos direitos das mulheres e pregou mais mobilização e a ocupação das ruas.


Valter da Mata ressalta as contribuições da Psicologia


O Presidente do Conselho Regional de Psicologia da Bahia, Dr. Valter da Mata, ressaltou que o Sistema Conselhos já realizou através do Centro de Referência Técnica de Psicologia e Políticas Públicas uma pesquisa sobre as atividades dos psicólogos que atuam nas políticas de violência contra a mulher e que pode ser um poderoso parceiro na realização da pesquisa de levantamento do perfil do agressor, pelo histórico, acúmulo e capilaridade do sistema conselhos.



Informações da Ascom da Câmara Municipal de Salvador

Trabalhe contra o Ato Médico

Acompanhe no seu estado a posição do seu senador e faça contato com ele pela não votação em urgência, mas sim pela continuidade do debate público do Projeto de Lei nº 268/2002, conhecido como Ato Médico.




Por favor, nos informe o contato feito, para que possamos mapear como está a mobilização.



Abaixo segue a lista de emails das lideranças parlamentares do Senado Federal:



José Sarney (PMDB-AP) sarney@senador.gov.br

Renan Calheiros (PMDB-AL) renan.calheiros@senador.gov.br

Aloizio Mercadante (PT-SP) mercadante@senador.gov.br

Alvaro Dias (PSDB-PR) alvarodias@senador.gov.br

Romero Jucá (PMDB-RR) romero.juca@senador.gov.br

José Agripino (DEM-RN) jose.agripino@senador.gov.br

Arthur Virgílio (PSDB-AM) arthur.virgilio@senador.gov.br

Osmar Dias (PDT-PR) osmardias@senador.gov.br

Gim Argello (PTB-DF) gim.argello@senador.gov.br

João Ribeiro (PR-TO) joaoribeiro@senador.gov.br

Marcelo Crivella (PRB-RJ) crivella@senador.gov.br

Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) antval@senador.gov.br

Inácio Arruda (PC DO B-CE) inacioarruda@senador.gov.br

Francisco Dornelles (PP-RJ) francisco.dornelles@senador.gov.br

Mão Santa (PSC-PI) maosanta@senador.gov.br

José Sarney (PMDB-AP) josenery@senador.gov.br

Marina Silva (PV-AC) marinasi@senado.gov.br



Conselhos e MPF discutem atuação do psicólogo no sistema prisional

Ocorreu na quinta-feira, 9 de dezembro, em Porto Alegre, RS, audiência pública com o objetivo de instruir a atuação do Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul (MPF-RS) para atuação sobre a Resolução n° 09/2010, do Conselho Federal de Psicologia (CFP), debatendo a legalidade e a constitucionalidade do artigo 4º da Resolução, que vedou aos psicólogos a realização de exame criminológico e a participação em ações ou decisões que envolvam práticas de caráter punitivo e disciplinar.




A audiência pública foi espaço para a apresentação das razões pelas quais o CFP editou a Resolução, bem como a exposição das críticas a ela pela Procuradoria Federal do Rio Grande do Sul. Sua realização foi acordada quando o CFP suspendeu a resolução pelo período de seis meses, em setembro de 2010, por recomendação do MPF-RS.



Participaram da audiência o presidente do CFP, Humberto Verona, a conselheira federal Deise Nascimento e representantes de 11 Conselhos Regionais (19, 18, 16, 15, 14, 12, 07, 06, 05, 02 e 01), além de psicólogos do Sistema Prisional.



Para o presidente do CFP, a audiência foi proveitosa. “Foi positiva a participação dos psicólogos que trabalham no Sistema Prisional, bastante representativa do cotidiano da categoria. Os depoimentos deram a dimensão do problema da atuação do psicólogo no Sistema Prisional”. Ele ressaltou que apenas três falas questionaram o mérito da Resolução 009/2010. Todas as outras defenderam a medida, algumas sugerindo alterações, que serão discutidas pelos Conselhos.



A audiência foi coordenada pelo Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Alexandre Gavronski, autor da recomendação ao CFP. Ele buscou identificar possíveis consensos para alterações na Resolução do CFP, com o objetivo de evitar que as diferenças entre as perspectivas do MP e do CFP sejam levadas ao judiciário. Entre o que entendeu como consensos, ele apontou:

- a necessidade de superar a realização de um exame criminológico “massificado” e de possibilitar avaliações psicológicas de fato, garantindo que seja respeitada a Resolução do CFP n° 07/2003, que define o entendimento da Psicologia sobre avaliação psicológica.

- necessidade de avançar na conceituação das diferenças entre avaliação psicológica e exame criminológico.

- que há acordo em que o Sistema Prisional, no Brasil, está “profundamente doente”, que essa questão precisa ser enfrentada pela sociedade.



O procurador sugeriu, então, que o CFP retire o veto à realização de algum tipo de documento que subsidie as decisões judiciais sobre os apenados. “O piso para o consenso é aceitar que é necessário que os psicólogos possam prover subsídios à decisão judicial”, afirmou. Sugeriu também que o Conselho recomende como devem ser feitas avaliações psicológicas no Sistema Prisional, em consonância com as diretrizes para tais avaliações já acordadas pela profissão. Por fim, sugeriu que o CFP avalie a proposta de vedar, aos psicólogos que fazem atendimento aos presos, a elaboração de laudos para subsidiar os juízes, resolvendo assim o problema ético identificado no acúmulo das duas atribuições.



As sugestões serão debatidas pelos Conselhos de Psicologia no próximo final de semana, em 11 e 12 de dezembro, quando estarão reunidos em sua Assembleia das Políticas, da Administração e das Finanças (Apaf), em Brasília.



Ao longo da tarde, houve falas do Ministério Público Estadual, de juíza da Vara de Execuções Criminais do Rio Grande do Sul, do Conselho Federal – que cedeu parte do seu tempo à Pastoral Carcerária – e da Superintendência dos Serviços Penitenciários, órgão estadual responsável pela execução administrativa das penas privativas de liberdade e das medidas de segurança, que apresentou posicionamento no qual não se opôs à Resolução do CFP, mas identificou questões práticas por elas geradas sobre o trabalho dos psicólogos em todo o estado. Depois, três especialistas indicados por cada instituição foram ouvidos.



No final da audiência, abriram-se falas para os presentes. Psicólogos que atuam no sistema prisional do Rio Grande do Sul deram depoimentos – alguns deles emocionados – sobre suas práticas nos locais de detenção e sobre os desafios do trabalho. Todos os que se inscreveram falaram da importância de haver regulamentação para atuação na área, garantindo a qualidade do trabalho. O evento foi encerrado pelo procurador Alexandre Gavronski.



O Rio Grande do Sul tem cerca de 30 mil presos e aproximadamente 170 psicólogos atuando na área prisional.

Fonte: http://www.pol.org.br/

II Seminário Sobre Inclusão, Preconceito e Cidadania

II Seminário Sobre Inclusão, Preconceito e Cidadania





Evento promovido pelo grupo de pesquisa inclusão e sociedade, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEduC) da UNEB, acontece nos dias 30 de novembro e 1° de dezembro.

Local: no Auditório Jurandyr Oliveira, do Departamento de Educação (DEDC) do Campus I da universidade, em Salvador.

Inscrições (gratuitas): até o dia 25 de novembro, pelo e-mail gpis@uneb.br.

Informações: (71) 3371-2331.

Programação

Realização: PPGEduC.

Feira do Livro EDUFBA

A Editora da Universidade Federal da Bahia, promoverá a Feira de Livros da EDUFBA. Haverá venda de livros com preços especiais no período de De 29 de novembro a 03 de dezembro de 2010, entre às 08h30 e 17h30





Onde: Livraria 1: Rua Augusto Viana, s/n, (Estacionamento da Reitoria), Campus do Canela; Livraria 2: Rua Barão de Jeremoabo, s/n (Biblioteca Reitor Macedo Costa), Campus de Ondina


O evento que já acontece há alguns anos, ocorrerá nas livrarias da Biblioteca Central e do Canela. Justamente para manter a tradição de bons preços, nessa edição os livros estarão com descontos de até 50%. Uma maneira inteligente de presentear alguém ou a si mesmo nessa época de festas.


Compareça!

Contato: Gildásio (Eventos) - prodgil@gmail.com / (71) 3283.6777 (das 13 às 17 horas)

Convite: Dia Mundial em Memória das Vítimas do Trânsito

Annecka Marshal no CEAO

No âmbido do programa Sephis - Lecture Tour, a professora jamaicana Annecka Marshal dará uma palestra sobre emporderamento de mulheres negras no Caribe, Jamaica em especial. Annecka teve seu doutoramente na universidade de Warwick no Reino Unido, com pesquisa sobre sexualidade e mulher negra, além disso, ela tem grande participação em programas de Rádio na Jamaica e integra diferentes associações internacionais de mulheres negras.


Haverá tradução feita por Raquel de Souza para a palestra e conversas com a professora Annecka.


Palestra: Estudos Africanos na Jamaica & Panafricanismo e empoderamento sócioerótico de mulheres afrodescendentes

Annecka Marshal, Ph.D

Local: Ceao, Largo dois de Julho

Dia: 17 de novembro, quarta-feira

Horário: 19 horas

PSIINFORMANDO

A Comissão de Formatura de Psicologia 2011.1 lhe convida para a realização do primeiro simpósio do


”PSIINFORMANDO”- A Psicologia Hospitalar: discutindo práticas e saberes, que ocorrerá no dia

19 de novembro de 2010 (sexta), no auditório do Centro de Recursos Humanos (CRH) no Pavilhão de

Aulas de São Lázaro (PASL) da UFBA. O evento traz como proposta a discussão de diferentes

possibilidades de atuação da Psicologia no contexto hospitalar.


VAGAS LIMITADAS!!

Convidados:

MARIA DO CARMO S. MENDES - Psicóloga, Coord. do Serviço de Psicologia do Hospital Aristides Maltez -HAM.

SHENA VASCONCELLOS - Psicóloga, Coord. do Serviço de Psicologia do Complexo HUPES.

LENE SANTOS- Psicóloga, Especialista em Saúde Mental, Psicóloga da Unidade de Psiquiatria do HUPES.


MÁRCIA BRAGA - Psicóloga, Psicoterapeuta com formação em Análise Bioenergética, Especialista em Biossíntese.

JORGE SALES - Psicólogo, Coord. do Serviço de Psicologia - UFBA,

* Investimento: R$ 20,00

Dia 19/11 de 08:00 às 16:00

Local: AUDITÓRIO CRH - PASL (Novo Pavilhão de Aulas de São Lázaro - FFCH UFBA)

* Haverá sorteio de livro!







Informações: psiinformando@gmail.com

Luciana Primavera - 8129- 4470

Marrahdna Santos- 9939-3609

Claudia Dias - 9291-1863

Mauro Fernandes - 8813-8211









Atenciosamente,







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Comissão de Formatura Psi UFBA 2011.1

O Diabo e as Drogas

Por Emiliano José*



A política de criminalização das drogas tem sido um rotundo fracasso. Esta foi uma das conclusões fundamentais do Seminário Internacional O uso e usuários do álcool e outras drogas na contemporaneidade, realizado em Salvador, entre os dias 3 e 6 de novembro, promovido pelo Núcleo de Estudos Avançados Sobre Álcool e outras Drogas e pelo Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas (CETAD), vinculado à Universidade Federal da Bahia. Para mim, cuja iniciação nas drogas limita-se ao álcool, de preferência vinho, e uma iniciação que nunca extrapolou limites – de mim, dir-se-ia um careta – foi um impressionante aprendizado.


Disse, durante o seminário, que eu estava apenas costeando o alambrado, relembrando expressão muito a gosto do velho e saudoso Leonel Brizola. Estou começando a me aproximar do tema, embalado pelos conhecimentos da psicanalista Maria Luiza Mota Miranda, coordenadora do Núcleo de Estudos Avançados Sobre Álcool e outras Drogas, e do deputado Paulo Teixeira, amigo e companheiro, do PT de São Paulo, um dos conferencistas do encontro. Numa sociedade como a brasileira, dada a uma impressionante hipocrisia e farisaísmo, não é um tema simples de ser abordado.


É só lembrar o que foi a recente campanha presidencial para ver o quanto um tema como esse é explosivo. Afinal, o aborto, ao qual milhares de mulheres de classe média recorrem colocando-se sob cuidados médicos especializados e milhares de mulheres pobres morrem ou têm seqüelas decorrentes de abortos realizados em condições ultrajantes, para compreender como alguns assuntos são tratados como tabus. Serra descarregou toda a sua carga de farisaísmo, de hipocrisia, e só foi constrangido a parar quando revelou-se que sua mulher, Mônica, havia feito um aborto. Se o aborto enfrenta clima tão adverso, imagine a discussão em torno das drogas, especialmente uma discussão que pretenda não deixar o tema vinculado exclusivamente à esfera policial, à repressão violenta, a tratamentos desumanos, à perspectiva pura e simples da proibição.


Disse, durante o seminário, que toda essa política proibitiva, repressiva, estava e está vinculada a uma visão imperial, e vem de longe. Os EUA de há muito trabalham com essa ideia de combate às drogas, e os resultados que colhem são extremamente precários – quase nenhum. Afinal, todos se lembram das conseqüências da Lei Seca, dos anos 30. A proibição do consumo do álcool resultou, a rigor, no fortalecimento da máfia, de métodos criminosos, e não resolveu, de modo nenhum, o problema. Assim, tem acontecido atualmente com as drogas em escala mundial. Se tomamos a América do Sul como exemplo, os EUA têm desenvolvido uma autêntica guerra contra as drogas, e essa guerra não tem implicado em diminuição da oferta da droga, a par de servir de pretexto para a instalação de bases militares no Continente.


A psicanalista Maria Luiza Mota Miranda, na fala de abertura do seminário, lembrava que não há notícias históricas de uma sociedade sem drogas. Parece chocante ouvir isso, mas é absolutamente verdadeiro. E as drogas, com suas propriedades psicoativas, revelaram-se sempre um potente recurso das pessoas para a sobrevivência, pois anestesiam dores das intempéries, da fome e do frio, e constituem solução para a angústia e a dor da existência, como solução momentânea. Como medicamento, alivia tensões, stress, dores, sofrimentos. E ela, provocando, pergunta: o que dizer do vinho, o maior dos afrodisíacos, símbolo do prazer, louvado pelos poetas? E a cocaína, desde há muito inscrita na cultura dos povos, em suas religiões, rituais e no auxílio à força produtiva?


As perguntas de Maria Luiza podem parecer impróprias ou revelar apenas tentações panfletárias, mas não é nem uma coisa, nem outra. Têm absoluta propriedade. Vem de uma especialista que trabalha com o assunto há muito tempo. Ao lado do CETAD, um centro que se dedica ao assunto há mais de 25 anos, sob a dedicada orientação do professor Antonio Nery Filho, que fez a conferência de abertura do seminário sob o título, também aparentemente provocante, O CETAD e sua trajetória de 25 anos no campo da invisibilidade social. E Maria Luiza, na sua postura de questionar, perguntou mais:


Se há tantos séculos e de tantas formas o álcool e as outras drogas perfilam na história dos homens por que o uso dessas substâncias ganha um destaque tão intenso em nossa cultura, transformando-se em fenômeno e em sintoma social contemporâneo, especialmente a partir da segunda metade do século XX?


Para Maria Luiza, a lógica capitalista atual, com o avanço da ciência e da tecnologia, possibilita a transformação de algumas substâncias em negócios de larga escala e de grande valor econômico, entre elas as substâncias psicoativas que hoje ocupam um dos primeiros lugares na economia mundial, junto com a indústria de armas.


Assim, considerar, ainda para acompanhar a palestra de Maria Luiza, os usos intensivos do álcool e outras drogas uma doença sem cura, um desvio de comportamento, uma perversão, transforma a substância em mito, reduz o problema à dimensão clínica, deixando ao indivíduo somente a condição de impotência, sem alternativa senão a da marginalização. E não falamos de alienígenas, de seres distantes de nós, mas de nossos filhos, de nossos amigos, das figuras mais queridas de nossas vidas. As drogas, em suas múltiplas manifestações, as legais, tantas, e as ilegais são parte inseparáveis da vida contemporânea, a par de ter sido parte, também, como já dito, de todos os períodos históricos. Baco nunca nos abandonou, foi sempre um deus generoso, pródigo.


Na sociedade do consumo desenfreado, do gozo sem limites prometido pelo capitalismo, império do valor de troca, para recuperar noção cara ao marxismo, o gozo da droga se adequa como uma luva às leis do mercado. Por tudo isso, a discussão sobre as drogas, sobre essa louca política simplesmente repressiva, precisa ser muito ampliada, e não pode vincular-se a um desespero apocalíptico que muitos querem divulgar, espécie de beco sem saída a que estaríamos condenados, especialmente com a emergência do crack, novo demônio dos nossos tempos.


O buraco é mais embaixo, a discussão tem ir até os fundamentos de nossa sociedade, pensar a própria lógica capitalista, que estimula profundamente o uso das drogas, tanto com a pletora das drogas legais, que vão do álcool à profusão de drogas medicamentosas, até as ilegais, cujo consumo cresce, cresce e cresce, salvo naqueles países onde o consumo foi legalizado ou ao menos uma política menos repressiva foi implantada, a exemplo da Holanda, Portugal e Espanha.


Como estou costeando o alambrado, reflito sobre uma passagem de um livro de Saramago, que li há muito tempo – o título, se me lembro bem é O Evangelho segundo Jesus Cristo. Numa conversa entre Deus, Jesus e Lúcifer, no meio de um lago, ou do mar, não me recordo bem, Lúcifer, diante do mundo de sofrimentos que viria à frente, e Deus podia saber o que viria de sofrimentos na esteira do cristianismo, Lúcifer propõe então a Deus, para evitar todas aquelas dores, que ele voltasse ao aprisco dele, já que antes fora um de seus anjos prediletos. Deus, então, reage: não, de jeito nenhum, eu sem você não sobrevivo. Como faz muito tempo que li, pode haver equívocos, mas é mais ou menos este o raciocínio.


Penso que hoje há um demônio, a necessidade de um demônio, e o demônio deve ter sempre um nome: drogas, drogas ilícitas. E para chegar ainda mais perto do diabo, para ter um alvo, melhor ter um nome mais específico, e aí encontraram o crack, que é dada como uma droga mortal, contra a qual nada se pode fazer. E o usuário vira um adereço, uma estatística. Deixa de ser uma pessoa, um ser humano.


Antes, durante décadas, o Império apresentou um demônio ao mundo: o comunismo. Comunista, todos se lembram, comia criancinhas, e agora Serra tentou ressuscitar até a frase pelas palavras de sua mulher. Acabou a guerra fria, e é sempre necessário ter um demônio, mesmo que seja só nas aparências, mesmo que contraditoriamente, seja a partir mesmo do Império que o consumo, o grande negócio das drogas, legais e ilegais, seja tão profundamente estimulado. O diabo necessário agora são as drogas.

É fundamental desmistificá-lo. Trazer o assunto para perto das pessoas. Humanizar o problema. Olhar para os usuários com o carinho necessário. Trabalhar sem preconceitos com a ideia da legalização ou, para dizer de outra forma, quem sabe menos assustadora, com outros paradigmas que não sejam apenas aqueles vinculados à repressão pura e simples.


Costuma-se dizer que o diabo, ele outra vez, mora nos detalhes. Um detalhe simples: como trabalhar contra as drogas, com tanta violência, numa sociedade que nos bombardeia, segundo a segundo, com a promessa do gozo incessante, que se afirma como a sociedade do gozo eterno? Não há possibilidade de discutir a droga sem discutir a permanente droga proposta pela sociedade capitalista, a promessa do gozo sem fim, só possível por minutos no delírio que as muitas drogas possibilitam.


Eliminar as drogas é impossível. Ter outra convivência com elas, não. Esse foi o ensinamento desse oportuno seminário. Agora, nem que a médio prazo, trata-se de tirar conseqüências políticas disso, na esteira do que vem sendo feito na Europa, ou continuar o banho de sangue, cujo exemplo mais próximo de nós, de conseqüências assustadoras, vem sendo dado pelo México, cuja guerra contra as drogas tem implicado num quase genocídio.



*Jornalista, escritor, professor



Publicado no site da Carta Capital (12/11/2010)

Gt de Psicologia Jurídica Fará Reunião Ampliada

GTPJURI realizará reunião ampliada




O Grupo de Trabalho de Psicologia Jurídica do CRP-03 realizará uma reunião ampliada no dia 11 de novembro, às 18h30min, na sede do Conselho para discutir sobre resolução CFP nº 009/2010 que regulamenta a atuação da (o) psicóloga (o) no sistema prisional.

Para saber mais envie um e-mail para: gtpjuri@crp03.org.br.


Apareça e contribua para o destino da profissão.

VI Jornada de Análise do Comportamento de Salvador

VI Jornada de Análise do Comportamento de Salvador


11, 12 e 13 de Novembro de 2010

Salvador – Ba (TEATRO DIPLOMATA – UNIRB)

QUINTA-FEIRA (11/11/10)

09:00 às 12:00 – Minicurso: Condicionamento respondente e abuso de drogas: revendo conceitos

clássicos e debatendo avanços recentes (Prof. Dr.Marcelo Benvenuti - UnB)

12:00 às 14:00 – Intervalo p/ almoço

14:00 às 17:00 – Minicurso: Análise de interações terapeuta-cliente (Prof. Ms. Helio Guilhardi – ITCRCampinas)

SEXTA-FEIRA (12/11/10)

08:00 às 8:30 – Abertura oficial do evento

08:30 às 09:30 – Ciência básica em análise do comportamento e a atuação em áreas aplicadas de

interface com a psicologia (Prof. Dr. Marcelo Benvenuti - UnB)

09:30 às 10:00 – Discutindo o conceito de memória na análise do comportamento(Prof. Ms.Tiago Sales

Larroudé de Man - UESB)

10:00 às 10:30 – Intervalo

10:00 às 11:00 – Análise das contingências envolvidas na "interpretação" da exposição "Cuide de você"

de Sophie Calle (Prof. Luciana Silva – UNIRB e Janaína Nascimento –UFRB)

11:00 às 12:00 – Coerção na sociedade contemporânea (Prof. Ms. Rodrigo Guimarães – UNIJORGE)

12:00 às 14:00 – Intervalo p/ Almoço

14:00 às 16:00 – Análise do comportamento:sua aplicação a problemas de casais e famílias (Profa. Dra.

Maly Delitti – PUCSP)

16:00 às 16:30 – Intervalo

16:30 às 17:30 – Interação de contingências: análise funcional da unidade (Prof. Ms. Helio Guilhardi –

ITCR- Campinas)

17:30 às 18:00 – Apresentação de painéis

SÁBADO (13/11/10)

8:00 às 10:00 – Análise do comportamento e terapia em grupo (Profa. Dra. Maly Delitti PUC-SP)

10:00 às 10:30 – Intervalo (Coffee Break)

10:30 às 11:00 – Teoria tridimensional do direito: Uma interpretação à luz da Psicologia

Comportamental (Joel Malaquias de Barros Junior - UNIRB e UNEB)

11:00 às 12:00 – Neuropsicologia Comportamental: contribuições para a prática clínica (Profa. Dra.

Patrícia Freitas – UFRB)

12:00 às 12:20 – ENCERRAMENTO

INSCREVAM SEUS TRABALHOS ATÉ 22/10!!!

INFORMAÇÃO SOBRE INSCRIÇÕES

Estudantes Profissionais

Até dia 29/10 R$70,00 R$90,00

A partir do dia 30/10 R$80,00 R$100,00

• Analine (UNIJORGE) – (71)87427477

• Curt Hemanny (FTC) – (71) 8859-5950

• Jérsica Assis (UFBA) – (71) 9258-3573/ 87419924

• Bruno Kalil (UFRB) - (75) 88134218

• Débora Franco (UNIFACS) - (71) 81995313

• Tainan Purificação (BAHIANA) - (71) 88389289

• Rafaela Canário (Feira de Santana) - (75) 88276919

Outras faculdades e profissionais:

inscricoes@jacsalvador.com.br

VAGAS LIMITADAS

Outras informações: www.jacsalvador.com.br

contato@jacsalvador.com.br

Assédio da publicidade em cima das crianças

"Um grupo de crianças está sentado no chão. Na frente delas, uma mulher segura dois papéis, e fala em voz alta: “Aqui tem dois papéis, em um está escrito brincar, e em outro  comprar”. Mal ela termina de falar, coloca os papéis no chão, e as crianças se debruçam para escolher qual dos dois elas mais gostam: 3 colocam a mão sobre o papel escrito comprar, 2 sobre o brincar. A cena descrita acima integra o documentário “Criança, a alma do negócio”, dirigido por Estela Renner. Chocante, o filme mostra uma realidade à qual muitos não estão atentos: a sociedade em que vivemos, por meio principalmente da  publicidade, criou uma geração de crianças fanáticas por consumo, que estão deixando para trás aspectos importantes da infância para se dedicar a um hábito que antes era próprio dos adultos."




Para ler a matéria completa:


http://carosamigos.terra.com.br/index_site.php?pag=revista&id=148&iditens=769

Palestra sobre Sufragismo no NEIM

No proximo dia 23 de setembro o Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher/NEIM estará recebendo a visita do Sr. Mark Pannell, novo Consul para Diplomacia Pública no Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro. Como parte da visita o Consul fará a abertura da exposição sobre o sufragismo norte-americano intitulada "O CAMINHO PARA A IGUALDADE" instalada no hall da Biblioteca Isaías Alves na FFCH às 14:40. Em seguida participará da mesa redonda "Intersecções do sufragismo norte-americano e brasileiro" com a participação das Professoras Ana Alice Costa e Marcia Macedo (sala de vídeos da FFCH às 15:00)

Anteriormente Sr. Mark Pannell chefiou a Divisão de Assuntos Políticos na Embaixada dos Estados Unidos em Quito, no Equador, entre 2007-2010, dirigiu o Escritório para o Cone Sul em Washington, DC (2003-2004). Também foi Vice Consul na Embaixada Americana em Brasilia, Brasil (2004-2007). Possui mestrado em finanças pela Universidade de Seattle, em Washington, DC,

Câmara analisa o projeto de lei que obriga os conselhos de classe a divulgar lista de maus profissionais

De acordo com a proposta do deputado Colbert Martins (PMDB/BA), a divulgação deverá ser atualizada mensalmente e conter o nome completo do profissional, a quantidade de decisões proferidas contra ele e os números de registro no respectivo conselho e do CPF.


No caso das decisões judiciais, o órgão do tribunal responsável pela análise de eventuais recursos poderá, em caráter cautelar, permitir o exercício normal da atividade profissional. Já o julgamento do recurso que declarar improcedente a condenação judicial deverá ser comunicado ao conselho para a imediata exclusão do nome da lista. A íntegra da decisão sobre o recurso também deverá ser divulgada.

Pena

O descumprimento da norma, mesmo que parcial, caracterizará ato de improbidade administrativa, e os dirigentes de cada conselho ficarão sujeitos às penalidades previstas na Lei 8.429/92, associadas a eventuais sanções civis e penais diversas. As penalidades previstas não incluem reclusão do condenado e variam de acordo com a natureza do crime.

"O principal objetivo da proposta é proteger o cidadão de profissionais que atuam com imperícia, negligência ou má-fé no exercício de suas atividades", argumentou Colbert Martins. "Muitas vezes, ao contratar um advogado, engenheiro ou médico, o consumidor sofre prejuízos financeiros, lesão à saúde, sem contar os casos de morte, por conta da má prestação de um serviço", acrescentou.

Para Colbert Martins, embora o Código de Defesa do Consumidor estabeleça direitos como o respeito à dignidade, saúde e segurança do consumidor, "muitas pessoas não se sentem seguras ao contratar determinado serviço, especialmente pela falta de informações a respeito do profissional escolhido".

Constrangimento

Em relação a eventuais constrangimentos causados aos profissionais, o deputado disse que só será autorizada a divulgação da identidade nas hipóteses de decisão administrativa que houver punido o profissional ou condenação judicial (transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado).

"Não haverá publicidade do nome quando se tratar de inquérito policial, processo administrativo ou ação judicial em curso, o que afasta definitivamente a possibilidade de pré-julgamento ou violação dos princípios constitucionais da ampla defesa e da presunção de inocência", concluiu Colbert Martins.

Tramitação

O projeto, que tramita em caráter conclusivo Rito de tramitação pelo qual o projeto não precisa ser votado pelo Plenário, apenas pelas comissões designadas para analisá-lo.

O projeto perderá esse caráter em duas situações: - se houver parecer divergente entre as comissões (rejeição por uma, aprovação por outra); - se, depois de aprovado pelas comissões, houver recurso contra esse rito assinado por 51 deputados (10% do total). Nos dois casos, o projeto precisará ser votado pelo Plenário., será analisado pelas comissões de Defesa do Consumidor; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

CFP Suspende Temporariamente a Resolução 009/2010 e Mantém a 010/2010

CFP suspende efeitos da Resolução CFP nº 009/2010 por seis meses; Resolução nº 010 é mantida




O Conselho Federal de Psicologia suspendeu os efeitos da Resolução CFP nº 009/2010, que trata da atuação do psicólogo no sistema prisional, pelo prazo de seis meses, a partir de 02 de setembro de 2010, por meio da Resolução nº 019/2010.


Tal decisão se dá pelo Conselho acatar, em parte, a Recomendação da Procuradoria da República no Rio Grande do Sul – Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, que requereu a suspensão das Resoluções nº 009/2010 e nº 010/2010,sob pena de que o CFP responda a Ação Civil Pública.

Em face de tal Recomendação, o Conselho Federal de Psicologia informa que decidiu por não acatar a Recomendação de suspensão dos efeitos da Resolução CFP nº 010/2010, que institui a regulamentação da Escuta Psicológica de Crianças e Adolescentes envolvidos em situação de violência na Rede de Proteção, porque entende que a inquirição de crianças e adolescentes em juízo, pelo psicólogo, não corresponde aos limites do exercício da Psicologia e aos limites éticos da profissão. Tais parâmetros encontram sustentação na Lei nº 4.119/62 e no Código de Ética da Profissão (Resolução CFP nº 10/2005).

Com relação à Resolução nº 009/2010, o CFPdecidiu acatar a Recomendação. Ao fazê-lo, o CFP reafirma que essa Resolução foi aprovada pelo conjunto dos Conselhos de Psicologia sob a égide da crítica às instituições penitenciárias que, de maneira geral, não cumprem sua função de ressocialização, descumprindo a Lei de Execuções Penais no tocante à instalação da Comissão Técnica de Classificação e delegando ao exame criminológico a decisão sobre a progressão de pena. Foi em vista disso que o CPF vetou a realização do exame criminológico pelos psicólogos. Tal exame não atende aos princípios éticos e técnicos da profissão.

A suspensão da Resolução também busca resguardar psicólogos que vêm sendo ameaçados de prisão por acatar a decisão do Conselho pela não realização do exame criminológico.

A decisão do CFP é tomada na expectativa de poder defender a importância da Resolução nº 009/2010 em audiência pública indicada pela Procuradoria do Rio Grande do Sul quando da recomendação da suspensão. Tal debate será oportuno na medida em que a discussão sobre a Resolução não fique restrita à Psicologia e ao Sistema Judiciário, englobando também atores importantes nesse cenário tais como o Ministério da Justiça, a Defensoria Pública, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) e a Pastoral Carcerária, entre outros. A Psicologia tem grande expectativa dos frutos que a expansão desse debate tão necessário à sociedade brasileira podem gerar.

Vale salientar que o CFP, em parceria com o Departamento Penitenciário Nacional e a partir do convite desse órgão, realizou, em 2005, o I Seminário Nacional sobre a Atuação do Psicólogo no Sistema Prisional e, desde então, vem provendo diversos debates sobre o tema com a categoria e sociedade.

Por fim, o CFP reafirma não haver dúvidas sobre seu papel de regular a prática profissional e sobre o acerto em regulamentar, via resoluções, a atuação do psicólogo no sistema prisional e na rede de proteção às crianças e adolescentes em situação de violência.

Conselho Federal de Psicologia

4 de setembro de 2010

Lançamento do 7º CONPSI

O CRP 03 (BA/SE) e o Instituto de Psicologia da Ufba, convidam toda a comunidade para cerimônia de lançameno do 7º CONPSI - Congresso Norte Nordeste de Psicologia.
Na sede do Conselho de Psicologia, dia 17 de setembro às 17:00hrs.

Resultado - 1º Desafio de Mobilidade de Salvador

Introdução

O 1º Desafio Intermodal de Mobilidade Urbana de Salvador ocorreu na última quinta-feira, 2 de setembro de 2010, tendo sua largada às 18h e 36min a partir da área de serviços do Salvador Shopping (estabelecimento que fica entre as avenidas Tancredo Neves e Governador Luiz Vianna Filho, conhecida como Paralela), tendo como destino a sede do Conselho Regional de Psicologia, instituição que organizou o evento, na Estrada de São Lázaro (Travessa Professor Aristides Novis), no bairro da Federação.

A escolha por estre trajeto, saindo da borda da Zona Rural da capital bahiana (o Salvador Shopping fica a ceca de 500m do entroncamento das rodovias BA-093 com a BR-324) se deu por ser aí onde se concentra cerca de 40% do fluxo de veículos e pessoas nos horários de pico dos dias úteis. Isso, de si, já denota a patologia que tem sido conhecida no urbanismo contemporâneo como "Efeito Salvador": similar ao "Efeito Los Angeles" (com grandes avenidas expressas levando a ocupação da periferia), na Capital Reconvexa isto se agrava pelo esvaziamento, baixo adensamento e baixa verticalização de seus Centros Histórico, Antigo e Expandido (lembrando que trata-se do maior Centro Histórico tombado das Américas), gerando infraestruturas de habitação, comércio e mobilidade sub-utilizadas (a exemplo do bairro do Comércio, até pouco tempo atrás esvaziado e ainda sem plano habitacional, o que leva ao Ascensor Plano-Inclinado do Gonçalves a não funcionar em fins de semana por falta de demanda - sendo este um dos principais modais de transporte da capital). O Efeito Salvador se agrava pela longa desindustrialização pela qual passou a cidade nos últimos 40 anos, bem como de toda a região conhecida como Recôncavo Histórico, e a concomitante hiper-industrialização do Recôncavo Norte (Mata de São João, Camaçari, Lauro de Freitas). Estas forças econômicas atraíram a população cada vez mais para o norte da península, por vezes para fora do perímetro urbano de Salvador, mantendo a cidade em si com baixa ocupação e baixa atiidade econômica. A situação se torna mais proeminente a partir dos anos 1970, quando os principais meios de transporte ligando a Capital Bahiana ao Recôncavo Histórico ("a guarda de honra da velha São Salvador", no dizer do geógrafo Milton Santos), como os navios a vapor para Cachoeira e Maragogipe e os trens de passageiros para Santo Amaro da Purificação e Alagoinhas, são desativados; estes transportes de massa interurbanos, ligando o Centro Antigo de Salvador a outras cidades suas coetâneas ajudava a adensar a cidade e concentrar a população no seu centro. Sem eles, não só a expansão terrestre e carrocêntrica para fora do recorte original e do recorte modernista da cidade se acirram, como esta passa a perder sua identidade cultural e topográfica (o que é muito bem relatado pelo Professor Antônio Risério em seu livro clássico "A Avant-Gard na Bahia"). Dito de outra forma, a Capital Bahiana funciona hoje como uma cidade dormitório para aqueles que trabalham nas cidades industriais vizinhas ao norte (inclusive a metrópole regional Feira de Santana, já no agreste baiano).


Assim, o trajeto do desafio cobre um raio de 10km, contemplando duas realidade de Salvador: a partir do Rio Vermelho, a última metade do trajeto, se está dentro do Centro Expandido da cidade, menos carrodependente, mas com as características subidas em escarpa da Roma Negra, difíceis de serem vencidas até mesmo por automóveis (no trajeto, são duas ladeiras de cerca de 50m de comprimento cada uma, e 45º médio de aclividade); até o Rio Vermelho, fora do Centro Expandido, as dimensões das vias e das distâncias se tornam pouco humanas e a carrodependência se acirra, por outro lado é um trecho totalmente plano e pouco acidentado, nada característico da velha Capital da Diáspora Negra.


Resultados e Análise de Dados

Participaram do Desafio de Mobilidade os seguintes modais, com os seguintes resultados no trajeto, ordenados abaixo do mais rápido ao mais demorado:

Motocicleta - 21min

Táxi com baldeação livre - 35min

Bicicleta - 38min

Automóvel - 41min

Bicicleta Dobrável + ônibus - 50min

Ônibus com baldeação livre - 62min

O desafiante que usou o modal motocicleta registrou um pequeno acidente no trajeto, envolvendo um motociclista que colidiu num carro a sua frente, num congestionamento. Além desta, não houve nenhuma outra intercorrência.



O desafiante de ônibus tomou até 3 linhas diferentes, tentando evitar esperas em pontos e paradas de ônibus (principal desvantagem deste modal). Juntando-se este fato com a demora maior da bicicleta dobrável do que da comum, podemos concluir que o acesso ao transporte coletivo é précario especialmente nesta região da cidade, o que leva o cidadão a optar por transporte individual. Dentre os transportes individuais, a bicicleta acaba sendo preterida especialmente neste trajeto, apesar de sua eficiência, por causa das colinas e morros que se precisa subir - diferentemente de outros bairros de Salvador, mesmo em topos de montanhas como Brotas, em que se nota um uso considerável deste modal para médias distâncias.


Conclusões e Encaminhamentos

Concluído o Desafio de Mobilidade, foi unânime a idéia de se testar o mesmo trajeto em sentido contrário (Centro - Paralela), talvez mais problemático do que o sentido Paralela - Centro. Aventou-se a possibilidade de se fazer um Desafio quetal este ano, contudo é provável que ele fique guardado para um próximo ano. Num tal trajeto, o uso de bicicleta dobrável se torna irrelevante posto que quase não há aclives e há boa oferta de pistas secundárias e auxiliares com baixa demanda de tráfego motorizado, e em baixa velocidade, havendo mesmo ciclovias segregadas - o desafiante de dobrável dificilmente sentiria necessidade de embarcar com ela num ônibus para concluir ou trajeto, ou não veria especial vantagem nisso.

Também se questionou a distância, embora ela seja consideravelmente menor do que o Desafio de Mobilidade feito no Rio de Janeiro (15km). Contudo, isso alerta para o fato de que talvez o Desafio Intermodal de Mobilidade de Salvador a ser realizado no próximo dia 18 de setembro, sábado, com o intuito de medir a mobilidade para lazer na orla da baía e no Centro Antigo, deva ser encurtado. Originalmente foi pesando para sair do Terminal Marítimo da Ribeira em direção ao Passeio Público do Palácio da Aclamação, cerca de 11km de distância. Sugiro que o Desafio do sábado dia 18 saia do Terminal Marítimo da Ribeira e se conclua na Praça Municipal de Salvador, na Sorveteria Cubana no topo do Elevador Lacerda. Este trajeto também foi escolhido porque nele se pode testar o mais peculiar modal de Salvador: os ascensores públicos na Escarpa da Montanha.



Lucas Jerzy Portela

http://ultimobaile.com

PSINEP: Apresentação

As estatísticas oficiais demonstram inequivocamente que o racismo é um forte determinante social nas condições de saúde, resultando “altas e desproporcionais taxas de morbidade e mortalidade” da população negra. Sabemos ainda que a ideologia racista se manifesta através das relações interpessoais presentes no cotidiano dos indivíduos, nas esferas mais variadas (família, trabalho, escola, religião, entre outros), e a força das representações sociais cristalizadas no imaginário coletivo garantem a perpetuação de preconceitos e práticas discriminatórias, com conseqüências devastadoras na formação da identidade e subjetividade deste grupo populacional, refletindo em sofrimento e adoecimento psíquico.

Como o acesso à formação universitária e mesmo um maior poder aquisitivo não garantem igualdade de direitos e tratamento, os psicólogos/as negros/as também têm de lidar com discriminações que limitam seu desempenho e reconhecimento.

Assim, o enfrentamento das iniqüidades raciais requer uma leitura psicossocial dos determinantes das desigualdades e seus efeitos sobre o psiquismo. Certamente, o preparo dos(as) psicólogos(as), com reconhecimento das relações inter-raciais como um dos determinantes da saúde mental, poderá resultar em ações técnicas e políticas que contribuam para significativos avanços na promoção da igualdade racial e intervenções psicológicas com respeito à diversidade, comprometidas com a saúde da população negra e a melhoria das relações interraciais, no trabalho, na escola, nas diversas esferas sociais, ou seja, comprometidas com a transformação social e o bem-estar pleno.

A realização do I Encontro Nacional de Psicólogos(as) Negros(as) e Pesquisadores(as) sobre Relações Interraciais e Subjetividade no Brasil (PSINEP) pretende ser um marco com a consolidação de uma rede de profissionais qualificados(as) para a promoção da igualdade étnico-racial.

I Encontro Nacional de Psicólogos(as) Negros(as) e Pesquisadores(as) sobre Relações Interraciais e Subjetividade no Brasil (PSINEP)


Participe!




I Encontro Nacional de Psicólogos(as) Negros(as) e Pesquisadores(as) sobre Relações Interraciais e Subjetividade no Brasil (PSINEP)



13 a 15 de outubro de 2010



Instituto de Psicologia – Universidade de São Paulo (USP)

Av. Prof. Mello Moraes, 1721 – CEP 05508-030 – São Paulo – SP

II Festival de Teatro do Subúrbio - Salvador - BA

Acontece de 10 a 19 de Setembro, em Plataforma, o Festival de Teatro


do Subúrbio – Ano II - Tema Teatro Contemporâneo. As apresentações

acontecerão no Centro Cultural Plataforma, as 17h (domingos), 20h(Terça a

sábado), 10h, 11h, 19h e 20h (Segunda-feira). Os ingressos custam R$ 2,00 / 1,00

Programação completa no www. festivaldeteatrodosuburbio. com.br

 
Compareça, prestigie o teatro.

Vá ao Vila, Velho

CRP 03 Promove Seminário de Psicologia e Políticas Públicas

O CRP 03 - Bahia & Sergipe, promove nos dias 10 e 11 de setembro no auditório da Faculdade Politécnica na Federação o 1º Seminário Regional de Psicologia e Políticas Públicas.

Entre no site do CRP 03 e faça sua inscrição: http://www.crp03.org.br/ 


CFP eleito para o Conselho Nacional de Segurança Pública

A Psicologia conquistou uma cadeira no Conselho Nacional de Segurança Pública (Conasp). O CFP obteve a quinta das seis vagas para entidades da sociedade civil. Esta foi a primeira eleição direta para escolher os integrantes do Conasp, Entidades de todo país, credenciadas antecipadamente, puderam participar da votação via internet.


Para o CFP, a eleição é reconhecimento dos atores do campo da segurança pública, da sociedade civil e do Estado, de que a Psicologia tem militância consolidada no que tange à relação entre direitos humanos e segurança pública, em especial, no tocante ao sistema prisional.

Além do permanente diálogo e mobilização com entidades de direitos humanos e movimentos sociais afetos ao campo da segurança pública, vale também ressaltar que a participação da Psicologia na I Conferência Nacional de Segurança Pública, em 2009, precedida pelo Seminário Temático “Segurança Pública e Construção de Subjetividades", promovido pelo CFP em parceria com o Ministério da Justiça, também foi importante para a consolidação do Conselho no debate desta área.


A eleição

Foram escolhidos oito representantes dos trabalhadoresde segurança pública (policiais, agentes penitenciários, peritos e outros) e doze da sociedade civil, sendo seis para entidades e seis para fóruns, redes e movimentos sociais.

As nove vagas restantes serão preenchidas pelos gestores que serão designados pelo presidente do Conselho, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto. Dos 113 pedidos de inscrições para concorrer às vagas, somente 52 atenderam completamente aos requisitos do edital.

Além do voto pela Internet, participaram presencialmente em Brasília nove entidades dos trabalhadores (ADPF / ADEPOL, AMEBRASIL, SINDAPEF, ANASPRA, FENAPRF, COBRAPOL, FENAPPI e ABC/APCF). Participaram, ainda, seis representantes de Fórum, Redes e movimentos sociais (MNDH, ABONG / FENDH, ABGLT, FONAJUNE, Rede Desarma Brasil e CEN-Brasil). Também estiveram presentes na votação as seguintes entidades da sociedade civil: OAB, Guayí – Democracia, Participação e Solidariedade, Grande Oriente do Brasil – GOB, Fundação Cidade da Paz – UNIPAZ – DF e Instituto Brasileiro de Ciências Criminais – IBCCRIM.

É possível identificar um avanço na composição do Conasp, considerando a presença do movimento negro, GLBT e do observatório de favelas, populações em geral vitimizadas por uma concepção estritamente militarizada na segurança pública.


Resultado

Fóruns Redes e Movimentos Sociais

Movimento Nacional de Direitos Humanos - Mndh

Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong) e Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos (Fendh)

Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Travestis e Transexuais (Abglt)

Fórum Nacional de Juventude Negra (Fonajune)

Rede Desarma Brasil

Coletivo de Entidades Negras (Cen Brasil)



Entidades

Instituto de Estudos da Religião (Iser) e Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc)

Observatório de Favelas do Rio de Janeiro e Redes de Desenvolvimento da Maré

Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop)

Pastoral Carcerária Nacional (Asaac)

Conselho Federal de Psicologia

Viva Rio



Trabalhadores

Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Adpf) e Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol)

Associação dos Oficiais Militares Estaduais do Brasil (Amebrasil)

Sindicato dos Agentes Penitenciários Federais (Sindapef)

Associação Nacional de Entidades de Praças Militares Estaduais (Anaspra)

Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (Fenaprf)

Confederação Brasileira dos Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol)

Federação dos Profissionais em Papiloscopia e Identificação (Fenappi)

Associação Brasileira de Criminalística (ABC) e Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (Apcf)

Não Deixe sua Cor Passar em Branco

No censo 2010, não deixe sua cor passar em branco.


Eleições CFP - Resultado Final

A apuração para o Conselho Federal de Psicologia (CFP) chegou ao final.
Deu Cuidar da Profissão na cabeça, a categoria apostou em mais três anos de gestão para o grupo que mudou a história da psicologia no Brasil.

Os números definitivos:

Chapa 21 - Cuidar da Profissão: 33.321;
Chapa 22 - Fortadecer a Profissão: 30.860

O Cuidar da Profissão também conquistou a maioria dos CRPs, a Bahia é um deles.
 

CFP - Resultados Parciais

O ritmo da apuração para o CFP continua lento. Os votos do estado de Minas Gerais ainda não foram totalizados, mas o que tudo indica é que as(os) psicólogas(os) brasileiras(os) optaram pelo projeto de gestão do Cuidar da Profissão. O foco nos Direitos Humanos e democratização da Psicologia, passando pelo cuidar das áreas tradicionais e emergentes da profissão, devem superar o discurso corporativista e reacionário de parte da oposição.

O Brasil deve seguir o resultado da Bahia, que optou na proposta de vanguarda, livre de conchavos e práticas assistencialistas e elitistas. A Psicologia brasileira continuará desbravando novos campos de trabalho, sem se corromper, estando sempre atenta a promoção dos direitos humanos e universais.

Cremos na totalização dos votos de Minas Gerais ainda no dia de hoje e poderemos comemorar a vitória do Cuidar da Profissão para o Conselho Federal.

Cuidar da Profissão - Vídeo da Vitória nas eleições de 27/08/2010 - CRP-03 (BAHIA)

Faça Ações Afirmativas


O Instituto Cultural Steve Biko é parceiro do Cuidar da Profissão Bahia
Para conhecer mais: http://www.stevebiko.org.br/

Vitória do Cuidar da Profissão Bahia

Deu a lógica: O Cuidar da Profissão foi vitorioso na eleição para o Conselho Regional de Psicologia da Bahia e na consulta para o Conselho Federal de Psicologia.

Foi uma vitória maiúscula com uma frente de 300 votos, numa clara declaração de confiança da categoria.

Para conferir o resultado oficial da eleição click aqui:   Resultado das eleições

Em breve mais notícias das eleições.

Aguardem as fotos e os vídeos da grande vitória do Cuidar da Profissão 

Agradecimento do Cuidar da Profissão Bahia

Na reta final a emoção toma conta da categoria e os apoios ao Cuidar da Profissão se multiplicam. Nesse momento bate mais forte o coração e todos fazem questão de um posicionamento mais efetivo. Mais de 200 (duzentos) apoios foram contabilizados entre pessoas físicas ou jurídicas, numa clara demonstração de alinhamento ético e político com as propostas do Cuidar da Profissão.

“Com amor no coração, preparamos a invasão”.

É com muita alegria e agradecimento que celebramos esses apoios, o carinho e força de cada um daqueles que contribuíram das mais diversas formas.

Os apoios vieram das mais diversas vertentes:

Agradecemos aos representantes de coordenações de curso de Psicologia de IES, estudantes de Psicologia de diversas IES, o Diretório Acadêmico da Ufba, professores e professoras de Psicologia e cursos afins, profissionais de outras categorias e membros de Conselhos de classe.

Molije (UFBA) e Marilda (BAHIANA) apoiam a Chapa 12

Agradecemos também aos profissionais das mais diversas localidades: Salvador do interior do estado da Bahia. Agradecemos aos profissionais do Estado de Sergipe (em vias de desmembramento) que em peso nos apóiam por saber que essa gestão é séria e cumpre as promessas realizadas. E agradecemos também aos profissionais dos demais estados brasileiros.

Carmedite (Feira de Santana) e Marília (Eunápolis)



Adriano e Edel (Comitê Gestor Sergipe)

Agradecemos aos Psicólogos e as Psicólogas das mais diversas áreas de atuação: do trânsito, da área da assistência, da área jurídica, da área clínica, da área hospitalar, da saúde atenção básica, da área organizacional, do sistema prisional, das políticas públicas, da saúde mental, da área social, enfim, de toda a categoria que entendeu nossas propostas e percebeu que não existe nenhum esquecimento das áreas tradicionais da categoria e a luta se faz coletivamente e não pensando cada qual no seu quadrado.

Psicólogas do Trânsito presentes na festa de adesão


Fernanda Vidal, Valter da Mata e Ana Luísa cheios de planos bons

Agradecemos por fim aos representantes dos movimentos sociais, luta antimanicomial, movimento de mulheres, movimento negro, movimento lgbtts, movimento sem teto, entre outros tantos, que já são parceiros de lutas e renovaram as alianças, por compreenderem que a Psicologia deve sim, estar alinhada com os princípios básicos dos Direitos Humanos, em favor de uma sociedade mais justa e equânime.

Vanice e Frederico Neto da Revista Grauçá apoiam o Cuidar da Profissão

Amanhã é o dia da eleição e conclamamos para cada um de vocês que nos apóia que renove a sua aliança, de acordo com o seu alcance. Todos que puderem votar não se furtem desse direito cívico, aqueles que não são psicólogos, ligue para os amigos que são e peçam para votar na chapa 12. Quem puder, pode ir para o conselho nos ajudar na boca de urna convencendo os desavisados de plantão que a única opção conseqüente dia 27 é a Chapa 12.

Entidades do Movimento Antimanicomial apoiam o Cuidar da Profissão


É nesse clima de paz, alegria e união, seguiremos em frente acreditando que “Nossos planos são muito bons”. 

Clayton e Maria Célia, serenidade do Cuidar Bahia

Indignação e Resposta

Colegas de profissão.

Peço licença a tod@s para enviar uma "carta-resposta" ao respeitado professor Virgílio Bastos, produzida pelo também professor, Marcus Vinícius de Oliveira.Tenho respeito por ambos, nas suas especialidades, mas não gostei da atitude do renomado professor Virgílio ao utilizar um discurso reacionário e equivocado em vários aspectos, para pedir apoio aos seus amigos, que compõem a chapa de oposição no regional.Reacionário ,quando desconsidera o compromisso da Psicologia com os Direitos Humanos, que a diferencia de outras profissões, inclusive citadas na carta, que têm compromissos históricos com grandes e poderosos grupos econômicos.Equivocado quando afirma que o movimento "Prá cuidar da Profissão se propõe a "CUIDAR DOS PSICÓLOGOS".Ora colegas, o professor Virgílio faz um verdadeiro apelo, um pedido de ajuda quando afirma que a gestão do Cuidar deixa os psicólogos "enfrentarem sós os ataques corporativistas advindos de setores (médicos e administradores, por exemplo) que disputam espaço com tais profissionais.
Não estou na disputa e não iria divulgar o meu voto, não fosse o fato de receber com tristeza, as palavras do nobre professor, que realmente merece a resposta do seu colega Marcus Vinícius.
Não quero lutas corporativistas e não acho que os setores referidos sejam exemplos de categorias que estão preocupadas com a maioria da população brasileira.Acho que a Psicologia enquanto Ciência e Profissão tem prestado uma grande contribuição na implementação de políticas públicas em nosso país e devemos muito às nossas representações políticas.Quero um Conselho prá cuidar do futuro da profissão.Acho que estamos no rumo certo e vejo como um avanço a criação do sindicato, para tratar das demandas trabalhistas da categoria.O CRP deve zelar pelo exercício da profissão para garantir o seu reconhecimento social , sem o qual ela não precisa existir.

Cuidadosa e carinhosamente

Carla Pinheiro França
Psicóloga CRP03/2192

Uma Notícia Federal

Para o Conselho Federal de Psicologia


FAZ UM 21

PRÁ CUIDAR do futuro DA PROFISSÃO



UMA CONFISSÃO, UMA CRÍTICA E UM APANHADO DE NOSSAS PROPOSTAS



A Psicologia brasileira está crescendo! A campanha eleitoral é um momento importante desse crescimento. Para contribuir com esse momento é que vamos dedicar este último boletim a uma confissão, uma crítica e um apanhado geral de nossas propostas.



Este ano, especificamente está sendo possível identificar de forma mais clara as vertentes existentes no nosso meio, quando o assunto é o papel dos Conselhos na construção de um projeto de futuro para a nossa profissão. Visões que antes ficavam restritas aos corredores, ganharam expressão.



Nós, do Prá Cuidar da Profissão, fizemos a nossa parte. Apresentamos nossas propostas e buscamos o máximo de diálogo com as diferentes visões que surgiram nesse processo. Sentimos que nossa responsabilidade aumentou devido ao tipo de postura que alguns oponentes tomaram nesse processo.



Atentamos às propostas que estão indicadas na plataforma oponente. Nos sentimos elogiados pelo fato de quase todas as propostas parecerem ter nascido de nossa prática quando na gestão dos Conselhos. De fato, com exceção da tese de transformar os Conselhos em um grande sindicato (o que desvirtuaria sua função institucional), a maior parte das propostas parecem um requentamento de coisas que estamos fazendo há anos. Ficou parecido com a campanha da sucessão presidencial no Brasil: todo mundo tem que ficar prometendo que vai continuar o que está sendo feito.



Percebemos, também, um comportamento de críticas pessoais e acusações infundadas. Por mais que os estudiosos do comportamento político estejam na mídia aconselhando um dos candidatos à presidência da república a não adotar esse tipo de método, nossos oponentes parecem não aproveitar a lição. Mas, ainda que esse método possa parecer incompatível com a comunidade a que pertencemos, entendemos que é algo que possa fazer parte de processos eleitorais.



Mas, tem acontecido algo que pode ser muito preocupante. Antes de apresentar um apanhado de nossas propostas neste último boletim, precisamos fazer um alerta. Estamos vendo ressurgir um discurso típico dos tempos da ditadura militar e do tempo que universidades como a UnB eram comandadas por capitães de corveta. Pois, depois de conseguirmos superar a organização política da Psicologia em torno de personalidades, algumas delas resolveram “atacar” o Prá Cuidar acusando o nosso movimento de ser um “partido político”.



Nós do Prá Cuidar da Profissão recusamos esse tipo de procedimento. Se nos acusam de nos organizarmos e, à luz do dia, elaborarmos propostas para a Psicologia, de fato somos culpados. Se nos acusam de colocar os interesses da Profissão acima dos interesses de personalidades, de fato somos culpados. Se nossos acusam de buscar que a nossa Profissão esteja no compasso do desenvolvimento social brasileiro, de fato somos culpados.



Feitas a confissão e a crítica, vamos ao apanhado de propostas.



1. O protagonismo do Sistema Conselhos na formulação de uma pauta para as demandas e urgências da psicologia brasileira é fato inquestionável, até mesmo pela oposição.



Nos últimos anos, sob a direção do Prá Cuidar, o Conselho se fez presente nas políticas públicas de saúde, educação, assistência social, para crianças e adolescentes, idosos, mulheres, diversidade sexual, mobilidade e trânsito, comunicação, defesa civil, sistema prisional. Foi instalada a busca por referências técnicas e éticas para o nosso trabalho ao mesmo tempo em que a Psicologia contribuía para a construção destas políticas. Os Conselhos fizeram isso sem nunca descuidar de outros temas e áreas como a avaliação psicológica, a relação entre psicologia e trabalho, a psicoterapia.



2. Essa potente agenda política passou a estar presente na vida da psicologia brasileira, seja na formação, (de forma crescente) na pesquisa ou nos campos de prática.



Todo esse movimento só tem sido possível porque está em curso na história do Sistema Conselhos uma política, organizada a partir de um projeto de transformação. Nele, o compromisso da profissão com as urgências da sociedade brasileira têm possibilitado o avanço de nossa ciência e o reconhecimento social do nosso trabalho.



Essa política tem a marca da militância de psicólogas e psicólogos que participam do Movimento Um Conselho Pra Cuidar da Profissão.



3. Sob a gestão do Prá Cuidar, o CFP deixou a condição de insignificância institucional que o caracterizava e se projetou como uma Entidade que é modelo de democracia institucional, transparência na gestão dos recursos públicos, posicionada na linha de frente da luta política por um país efetivamente republicano e empenhado na luta pela adoção de políticas públicas. O CFP tem sido capaz de conjugar a luta pela ampliar a cidadania e os direitos humanos, com a luta para garantir a ampliação da empregabilidade para grande parte dos nossos colegas (hoje atingindo o número de 230.000), psicólogos que inscritos na entidade. E mais, os Conselhos conseguem buscar a produção de empregabilidade sem o recurso aos corporativismos. Neste caso, vale a pena citar a nossa oposição que prega estratégias parecidas com a adoção de um 'ato psicológico' nos nivelando ao odioso "ato médico".



4. A partir da gestão do Prá Cuidar, o CFP se relaciona às claras com o Estado Brasileiro nas múltiplas frentes das políticas publicas. Em todas elas a nossa parceria nunca implicou na perda da nossa autonomia de critica. Toda política sempre será marcada por lacunas, todo gestor público poderá ser questionado sobre a diferença entre o que se pode fazer e o que se deve fazer.



5. O processo de democratização dos Conselhos de Psicologia, iniciado antes do surgimento do Prá Cuidar da Profissão, conseguiu garantir que todo psicólogo que queira possa participar de forma efetiva das decisões de nossa entidade. Sob a gestão de nosso movimento, essa democratização se ampliou e aprofundou. Ainda que nossos opositores tentem desqualificar essa estrutura, sabemos que não há outro conselho com estrutura tão aberta à participação dos profissionais em seu contidiano.











Chegamos ao fim da campanha.



Votar para as gestões do CFP e CRPs é escolher um projeto para a Psicologia.

Nosso projeto, como dissemos, é do compromisso social da Psicologia com as necessidades da sociedade brasileira; nosso projeto é de rigor na gestão das entidades; de garantia de espaços democráticos para a construção de referências para a profissão; de respeito à diversidade da Psicologia; de ampliação do lugar social da Psicologia; de valorização dos fazeres e saberes; de permanente estado de atenção para a qualidade do exercício profissional.



É também fortalecer a presença dos Direitos Humanos como valor na profissão; de diálogo com a sociedade na busca da definição das possibilidades de contribuição da Psicologia para a sociedade brasileira com a participação dos psicólogos na construção e desenvolvimento das políticas públicas. Já fizemos muito nesta direção, mas há ainda muito para se fazer.



Nosso projeto e nossa história nos qualificam a pedir seu voto e a afirmar que não trairemos sua confiança.



Obrigado



Chapa 21. Prá Cuidar da Profissão

Carta Aberta a Antonio Virgilio Bastos (e Jairo Borges) sobre as Eleições para o Conselho Federal de Psicologia

Prezado Antonio Virgilio,


Vejo que secundando o seu ex-orientador e companheiro histórico de Psicologia Organizacional Jairo Borges, você ao se engajar na campanha eleitoral da oposição a atual gestão do CFP, utiliza a mesma caracterização através da qual, ele, em uma mensagem difamatória na lista da SBPOT, atribui ao Movimento Um Conselho para Cuidar da Profissão a condição de “um partido político”, afirmação a qual você agrega que “há muitos anos leva adiante uma proposta que exclui parte significativa dos vários campos de atuação da psicologia”

Certamente, o simples fato de você se alinhar com a oposição à atual direção do CFP não o faria merecedor de distinção especial como eleitor, nem que eu me dirigisse pessoalmente a você, que há quase vinte anos é meu colega no IPSI-UFBA, para polemizar sobre suas escolhas e afirmações. Afinal desde 1995, quando fui seu ultimo presidente eleito indiretamente, os avanços na democratização do CFP pelos quais lutamos, garantiram que a sua direção fosse eleita por todos os psicólogos, através de chapas completas e não apenas pelo Colégio Eleitoral formado pelos presidentes dos Conselhos Regionais, permitindo assim que você e todos os psicólogos tivessem a oportunidade de participarem ativamente como candidatos e eleitores. É essa riqueza da oportunidade democrática conquistada que me exige não deixá-lo sem uma resposta para suas afirmações.

Criado em 1997, o Movimento Um Conselho para Cuidar da Profissão, ao qual você atribui como uma injúria, a condição de ser um Partido, desde então sempre apresentou chapas para concorrer ao Conselho Federal de Psicologia e à direção de vários dos Conselhos Regionais. Em todas essas ocasiões as plataformas de trabalho foram públicas e explicitamente apresentadas e confrontadas com outras propostas existentes logrando obter a aprovação da a maioria dos eleitores com exuberantes votações de dezenas de milhares de votos. Não creio que ao modo de certos intelectuais, defensores da superioridade do ideal platônico do “governo dos sábios” você seja um daqueles que acreditam que “o povo não sabe votar” ( no nosso caso “que os psicólogos não sabem votar”!)

Principalmente porque hoje o CFP tem um Regimento Eleitoral dos mais democráticos que garante grande controle sobre o processo eleitoral, e talvez você desconheça, exigindo desincompatibilizações dos gestores para novas candidaturas; limitando a apenas a uma reeleição em mandatos consecutivos; garantindo igualdade de expressão das chapas nos materiais de divulgação do CFP em todos os seus meios de comunicação; exigindo que as chapas sejam apresentadas na sessão de enceramento final do Congresso Nacional (Regional) da Psicologia que se realiza a cada três anos para definir, com ampla participação de delegados de base, as prioridades que deverão guiar as próximas gestões do Federal e Regionais.

Então quero crer, Antonio Virgilio, que não sendo os psicólogos estúpidos, em varias oportunidades eles se manifestaram positivamente sobre as propostas e métodos de gestão apresentados pelo Movimento Um Conselho para Cuidar da Profissão, confirmando a sua ação como positiva para o desenvolvimento social da Psicologia como uma profissão que tem assim podido extrapolar os seus modelos tradicionais, enfrentando muitos dos dilemas que nos meados da ultima década do século passado paralisavam as ações do CFP. E você há de concordar Antonio Virgilio que a trajetória exitosa dessa política não poderia ser obtida “excluindo parte significativa dos vários campos de atuação da psicologia.”

A razão do sucesso político do Movimento Pra Cuidar da Profissão, Antonio Virgilio, deriva exatamente do contrario do que você afirma; nós somos os responsáveis pela abertura política do Conselho à participação de tantos quantos quiseram levar para o seu interior, sobre a forma de Grupos de Trabalho, Comissões, Projetos, todas as mais diversas questões e temas para que elas fossem debatidas e convertidas em ações. Eu o desafio Antonio Virgilio - para que o debate eleitoral valha a pena e não se converta em mera demagogia de insatisfeitos – que você aponte qual ou quais seriam estas “partes significativas dos vários campos de atuação da psicologia” que se encontrariam excluídas das ações e políticas do CFP nestes últimos anos? De que é que você esta falando????

O Movimento Pra Cuidar da Profissão, que tem dirigido o CFP nestes últimos anos e do qual tenho a honra de ser um dos seus fundadores, representou Antonio Virgilio, exatamente a possibilidade de uma ampla construção coletiva, mobilizadora, aglutinadora, participativa através da organização voluntária e generosa de milhares de psicólogos que querem ver a sua profissão socialmente reconhecida e que se organiza a partir de três princípios muito simples e poderosos : 1) honestidade e transparência na gestão dos recursos públicos, banindo as praticas de corrupção e de oportunismo de tantos que no passado se utilizaram dos recursos do CFP de modo personalístico e aproveitador; 2) Radicalização da democracia institucional em todas as relações: com a categoria através do Congresso Nacional da Psicologia, com os CRPs através da APAF, com a sociedade através da participação em dezenas de organismos de Controle Social das Políticas Publicas, com as entidades da Psicologia Brasileira através do FENPB; 3) Por uma Psicologia com compromisso Social que representa Antonio Virgilio um grande projeto de deselitizar da psicologia brasileira como ciência e profissão, garantindo uma agenda profissional vasta, com foco na empregabilidade, pela via das políticas publicas, ampliando na ação profissional o compromisso com os Direitos Humanos e com a Cidadania.

Efetivamente não somos nem aspiramos ser “um partido” na Psicologia porque construímos este projeto com todos os psicólogos que queiram participar. O espaço da diferença e divergência está institucionalmente garantido para qualquer psicólogo que se apresente. Nunca tive o prazer de ter a sua companhia, por exemplo, no espaço comum, onde todos nos igualamos e nos fazemos iguais, dos nossos Congressos de Base. Alguns porque não dão prioridade e outros porque se acham por demais importantes e superiores para se sentarem lado a lado com seus colegas de profissão e discutirem de igual para igual qual deve ser a política da psicologia no próximo período.

Sabemos que tal condição democrática é incomoda para muitas “personalidades”, mal acostumadas em tempos passados em abusarem da sua autoridade intelectual e a participarem de certos pactos e panelinhas elitistas, da ciência e profissão, onde as decisões sobre o que era o melhor para a Psicologia e a ocupação de cargos nas entidades conferiam distinções. Graças ao Cuidar da Profissão Antonio Virgilio, este tempo passou e não volta mais ! HOJE NINGUEM ESTA AUTORIZADO A FALAR EM NOME DO QUE É MELHOR PARA A PROFISSÃO, se tal construção não for coletiva, democrática, participativa...

E a ironia é que se você analisar bem a plataforma da chapa que você está apoiando você verá que até a oposição tem que afirmar a maior parte da Política Nacional da Psicologia que temos ajudado a construir como o nosso Movimento, como adequada e positiva. E quando pretende inovar Antonio Virgilio só consegue produzir este ridículo apelo ao atraso político que você explicitamente endossa, assumindo o corporativismo rastaquera proposto pelo Rogério Oliveira, como eixo da ação política do CFP.

Antonio Virgilio, como um dos mais reconhecidos psicólogos organizacionais, que acabou de fazer um livro sobre este tema, você sabe que na verdade não vivemos uma deterioração das condições de trabalho dos psicólogos, mas sim um fantástico processo de ampliação da nossa empregabilidade nas políticas publicas – somente no SUAS nos últimos cinco anos foram criados 10.000 novos empregos – e que portanto neste momento o importante é que estamos fazendo uma luta pela institucionalização, invenção, criação, destes novos postos e seus fazeres; que sim ainda tem limitações salariais e de condições de trabalho precárias, que só podem ser enfrentadas com as demais organizações profissionais que fazem parte das equipes multiprofissionais, através das “mesas de negociação”; que o CFP através do CREPOP , que é o Centro de Referencias em Psicologia e Políticas Publicas, vem enfrentando já há mais de três anos a tarefa de produzir coletivamente as referências técnicas e éticas para estes novos exercícios. Ao mesmo tempo vimos promovendo a negociação com os gestores do Estado, junto às organizações das outras categorias que são nossas parceiras nas equipes multiprofissionais, com todo apoio das entidades sindicais dos Psicólogos.

Portanto Antonio Virgilio propor que o CFP assuma (usurpe) as funções das organizações sindicais e passe a “Cuidar dos Psicólogos” ao invés de Cuidar da Profissão é não perceber que esta organização não pertence aos psicólogos, mas antes é mantida por eles como um recurso de mediação das relações desta profissão para com a sociedade, para fazer a defesa de um exercício ético e tecnicamente competente desta profissão. A que agregamos: de forma a reconhecer, dialogar e avançar na direção de uma Psicologia que seja disponível e útil para toda a população, quiçá para aquela mais desprovida de direitos!

A aposta no corporativismo populista Antonio Virgilio pode ter até um bom apelo eleitoral e render alguns votos dos mais desinformados e desavisados, mas efetivamente para responder aos quase 25.000 psicólogos que se formam hoje, a cada ano, e aos 230.000 será preciso política de maior consistência! Nós do Cuidar da Profissão temos buscado um posicionamento estratégico que permita cuidar hoje do futuro da Profissão. Que os nossos colegas no dia 27 de agosto possam avaliar e democraticamente escolher o melhor projeto!

Atenciosamente,

MARCUS VINICIUS DE OLIVEIRA

Ex-presidente CFP 1995,

Ex vice presidente CFP 2005/2007

PROFESSOR ADJUNTO IPSI-UFBA